Insurtech Azos capta US$ 30,5 milhões em rodada liderada pela Lightrock

Matéria do Valor Econômico, Pipeline, por Silvia Rosa

A Azos, insurtech com foco em seguro de vida, concluiu a captação de US$ 30,5 milhões (aproximadamente R$ 170 milhões) em uma rodada série B liderada pela Lightrock. Os fundos Kaszek, Prosus, Maya Capital e Propel, que já são acionistas da companhia, também participaram do investimento.

“Estamos super animados em ter a Lightrock como acionista, um fundo que entende não só de América Latina, mas também do mercado de seguros e consegue dar suporte para as empresas investidas desse setor acelerarem o crescimento”, afirma Rafael Cló, CEO e fundador da Azos.

Em operação desde abril de 2021, com a missão de desburocratizar a venda de seguros de vida e oferecer produtos e um atendimento mais eficiente através do uso de Inteligência Artificial (IA), a Azos já levantou mais de R$ 100 milhões em rodadas de investimento.

Esse é o primeiro investimento da Lightrock no setor de seguros no Brasil e o segundo do novo fundo, de cerca de US$ 300 milhões. “A gente já investiu no setor de seguros na Europa e na Índia e vinha acompanhando o segmento de seguro de vida no Brasil, que tem uma penetração menor que a do Peru, e casa com a nossa tese de investimentos de impacto social ou ambiental”, afirma Marcos Wilson Pereira, sócio-executivo e chefe da Lightrock para América Latina.

Os recursos desse novo aporte serão usados para fomentar o crescimento da empresa, investir em tecnologia e inovação e para expandir a presença no Brasil, principalmente nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte.

A Azos atende em todo o país, mas conta com equipes comerciais presenciais em 22 cidades de 20 Estados, com forte presença no Sul e Sudeste e algumas capitais no Nordeste. A insurtech acabou de inaugurar uma operação em Campo Grande (MS).

A Azos usa ferramentas de IA para oferecer uma contratação de apólice mais ágil, com precificação de risco e processo de combate a fraudes mais eficientes, o que permitiu reduzir, em média, em 20% a 25% o custo dos produtos em relação ao oferecido por seguradoras tradicionais, o que depende também do tipo de apólice contratada. Com um processo mais eficiente de combate a compras fraudulentas, a Azos também consegue entregar um índice de sinistralidade 25% a 30% inferior à média do setor.

“O seguro de vida hoje chega muito complexo para o cliente e demora mais de uma semana para ele ter resposta e o que nos atraiu no investimento na Azos foi a entrega de uma solução que torna mais fácil o acesso ao produto e tira essa burocracia”, disse Pereira.

Apesar do uso de IA, a Azos não abre mão da parceria com a rede de corretores, que somam cerca de 40 gerentes comerciais próprios e 9 mil parceiros. “Vejo a IA como suporte e ferramenta para ajudar os corretores e distribuidores na ponta, mas de forma alguma para substituir as pessoas”, disse Cló.

A Azos opera em parceria com uma seguradora tradicional, a Excelsior, que fornece o balanço e assume os riscos das apólices, ficando responsável pela venda dos produtos, precificação e atendimento ao cliente.

Os seguros com cobertura em vida – como invalidez, doenças graves, perda de renda temporária e diária hospitalar – respondem por mais de 50% dos prêmios. A Azos também oferece outros produtos como assistência funeral. Ao todo, a empresa tem R$ 60 bilhões em capital segurado. “A gente consegue oferecer coberturas diferenciadas como seguro para doenças graves que cobre tratamento de câncer leve a moderado”, disse Cló.

Criada por Cló, (ex-líder de análise de varejo da Kraft Heinz) junto a dois amigos, Bernardo Ribeiro (ex-gerente de marketing do Burger King) e Renato Farias (ex-head para América Latina da DogHero), a Azos realizou a primeira rodada de investimento em 2020, que contou com a entrada do Kaszek, Maya Capital e Propel. Em 2021, recebeu novo cheque de R$ 10 milhões, em rodada liderada pela Prosus (dona do iFood), atraindo no ano seguinte a resseguradora Munich Re. A insurtech ainda conta com o empresário Marcos Buaiz no board.

No momento, a Azos está focando no crescimento de clientes pelo Brasil e tem a meta de atingir o primeiro lucro líquido no fim de 2026. “Tivemos um crescimento de 2,4 vezes no ano passado”, disse Cló, sem abrir os números.

Fonte:Pipeline

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