Os números de 2021 são positivos, mas uma análise mais à lupa aos dados recolhidos nos anos anteriores mostra que os novos projetos estão em queda, a denunciar um espaço de inovação que pode estar a diminuir nas insurtech, revela a NNT Data.
No ano passado o investimento mundial em Insurtech cresceu a um nível histórico, em 38%, para 10,1 mil milhões de dólares. O estudo Insurtech Global Outlook 2022 da NTT Data também mostra que as tecnológicas da área dos seguros receberam 50% do seu financiamento total só nos últimos dois anos.
Revela que o número de negócios fechados foi menor que em 2019, quando foi atingido um número recorde de 393 negócios, mas que a dimensão média de cada negócio cresceu. No ano passado ficou nos 41 milhões de dólares
A Europa foi a região do globo onde o investimento em Insurtech mais cresceu e onde se registaram as maiores operações de investimento durante o ano, ainda que a América do Norte continue a manter a liderança mundial neste campeonato. Em termos acumulados, foi nos Estados Unidos que se investiu mais em insurtech, em 2021.
A maior parte do investimento, na Europa como no resto do mundo, é assegurado por capital de risco, sendo que no velho continente este tipo de investidores está a crescer a um ritmo acelerado: desde 2015, por exemplo, cresceu 3,3 vezes, um trajeto que está a aproximar a região dos Estados Unidos e a contribuir para que os novos projetos escalem mais rapidamente.
“No que se refere a tendências tecnológicas, a IA, a IoT e a análise preditiva têm verificado um interesse crescente por parte dos investidores nos últimos anos e têm atraído grandes investimentos de seguradoras relevantes, bem como de gigantes da tecnologia e da indústria”, destaca a pesquisa. Mais de metade das seguradoras, cerca de 61%, estão já a utilizar a IoT para explorar novas oportunidades de negócio, integrando novos conjuntos de dados para melhorar o atual nível de risco e prevenção de riscos.
A pesquisa mostra ainda que o número de empresas que recebeu mais de 100 milhões de dólares em financiamento quintuplicou desde 2017, mas sublinha que nas startups Insurtech se verifica um declínio constante durante o mesmo período “indicando, possivelmente, um espaço de inovação cada vez menor”.
O relatório classifica as Insurtechs como startups, scaleups ou unicórnios. Na primeira classificação cabem as empresas fundadas há menos de três anos e com financiamento recebido até 5 milhões de dólares. As scaleups são as que conseguiram garantir financiamento entre 5 e 100 milhões de euros, com rondas de financiamento com menos de dois anos de intervalo entre si e os unicórnios, as que valem mais de mil milhões de dólares e já conseguiram captar mais de 100 milhões. Neste estudo estas empresas embora representem apenas 10% da amostra, angariaram 75% do financiamento. As startups, por sua vez, somam apenas 2% do financiamento total.
As três principais categorias de Insurtech a destacar em 2021 foram marketplaces, animais de estimação e bem-estar, com estas duas últimas categorias a acolher os projetos de startups que criam soluções digitais especificamente para estes segmentos.
O estudo Insurtech Global Outlook 2022 analisa as principais tendências do ecossistema de insurtechs e o impacto que as tecnologias avançadas e os novos modelos de negócio tiveram ao longo de 2021. Nesta última edição considerou quatro grandes vetores: insurtech; seguradoras e as suas garagens digitais; novos operadores e gigantes tecnológicos; assim como a regulação.