Matéria do Infomoney
Estudo inédito da insurtech IZA também mapeou que faturamento mensal de entregadores de delivery é menor que dois salários-mínimos
Os motoboys ficaram, em média, 41 dias afastados de suas atividades profissionais em 2023 por conta de acidentes registrados durante a prestação do serviço, aponta levantamento da IZA Seguros, seguradora digital brasileira focada em profissionais autônomos, obtido com exclusividade pelo InfoMoney.
O estudo analisou o comportamento de mais de 500 mil entregadores autônomos durante os 10 primeiros meses deste ano em todo território brasileiro e que prestam o serviço de delivery como parceiro de plataformas digitais ou diretamente para empresas como restaurantes.
Entre os períodos de afastamento com maior representatividade estão:
• 15 e 30 dias (ambos com 16%),
• 60 e 90 dias (ambos com 11%),
• 5 dias (14%),
• 10 dias (10%).
Lesões de diversos níveis de gravidade, com necessidade de repouso para recuperação integral, foram o principal motivo de afastamento apurado.
Segundo Gabriel de Ségur, CEO da IZA, o tempo de afastamento auferido se torna ainda mais relevante considerando que são profissionais que não contam com outra fonte de renda e que – na maioria das vezes – são o principal mantenedor de seus lares. “Quando se trabalha por conta própria, ficar um dia afastado da sua atividade é uma oportunidade a menos de rendimentos e isso impacta de forma relevante na saúde financeira e planejamento. Agora, quando analisamos que o tempo médio ultrapassa 40 dias e que os acidentes têm se tornado cada vez mais comuns, a busca por acolher essa camada importante da economia deve se tornar prioridade”, detalha.
O estudo também mapeou que o faturamento médio mensal dos entregadores é abaixo de dois salários-mínimos, girando em torno de R$ 1.997. Com lupa nos dados, é possível identificar a participação dos seguintes rendimentos entre a categoria:
R$ 1.500 (33%);
• R$ 2 mil e 3 R$ mil (13% cada);
• R$ 2.500 (11%); e
• R$ 1.000 (10%).
Nos últimos anos, o número de entregadores tem crescido no Brasil e os grandes centros se destacam com a alta concentração deles. Segundo o estudo da IZA, a região Sudeste possui sete a cada dez entregadores, onde São Paulo é líder isolado com 47% de representatividade, seguido por Rio de Janeiro (14%) e Minas Gerais (9%). Fechando os cinco principais estados com motoboys estão Santa Catarina (5%) e Paraná (4%).
Para Ségur, o aumento dos entregadores é um sintoma claro do crescimento dos grandes centros urbanos e dos elevados indicadores de trânsito. “As grandes cidades não conseguiriam operar sem estes profissionais, tarefas essenciais ficariam travadas se eles não estivessem ali, por isso, cuidar e zelar pela segurança deles deve ser uma operação prioritária e multidisciplinar do público com o privado”, acrescenta.