Seguradora AVLA recebe aporte de US$ 25 milhões e vai investir em expansão no Brasil

Matéria do Valor Econômico

Empresa chilena é especializada em seguros para pequenas e médias empresas

A seguradora chilena AVLA finalizou uma captação de US$ 25 milhões (cerca de R$ 120 milhões), realizada com aportes dos principais acionistas da seguradora, entre os quais o German DFI DEG – Deutsche Investitions- und Entwicklungsgesellschaft, subsidiária do banco de desenvolvimento alemão KfW; Creation Investments, gestora de investimentos de impacto sediada em Chicago; e Altra, firma de private colombiana. Segundo a empresa, os recursos serão utilizados para dar suporte aos planos de expansão do grupo, que atua, além do Chile, no Brasil, México, Peru e EUA.

De acordo com o fundador e CEO, Ignacio Álamos, “temos o objetivo de atingir 150 mil clientes pequenas e médias empresas e gerar receitas de US$ 350 milhões nos próximos anos”. De acordo com o executivo, as principais apostas recaem sobre os mercados de Brasil e México e na expansão da operação nos EUA, que começou em 2023, no Texas.

A AVLA é especializada em seguros para pequenas e médias empresas. Entre os produtos, oferece seguros garantia, de crédito, imobiliário e de “property and casulaty” (P&C), de linhas não financeiras e seguros patrimoniais. Em 2023, a insurtech registrou uma receita de US$ 150 milhões (cerca de R$ 750 milhões) e conta com uma carteira de 65 mil clientes corporativos.

O líder da operação brasileira, Felippe Astrachan, explica que, na América Latina, o mercado mais novo do grupo é o Brasil, onde a AVLA chegou em 2022. “O momento para a expansão é certamente favorável no país”, diz o executivo. “No caso do seguro garantia, estamos na fronteira de uma grande transformação, pelo menos, na parte de licitações”, complementa.

No segmento de crédito, Astrachan também prevê um ano positivo em 2024. “O advento da crise da Americanas foi um grande teste para o seguro de crédito. Mas, apesar do momento difícil o mercado viu a relevância do produto e, no fim, foi importante para aumentar a demanda. Nós, por exemplo, temos fechado negócios com companhias que não conhecíamos. É um momento de surfar a onda de aumento da conhecimento sobre o produto.”

O líder da AVLA no Brasil acredita que com o potencial de expansão nos segmentos corporativos, a operação local pode superar a chilena nos próximos dois anos. “A operação no Chile é a maior, representando metade do faturamento. Em 2024, eventualmente, temos uma meta bastante desafiadora e queremos estar ou próximos do tamanho do Chile ou, com sorte, tentar ser a maior operação do grupo. Se isso não ocorrer em 2024, creio que o Brasil vai se tornar a maior operação da AVLA no ano seguinte.”

Uma das apostas da insurtech é a utilização de análise de dados, aprendizado de máquina e inteligência artificial nos processos de avaliação de riscos e subscrição. “Já tínhamos um processo inteligente de tomada de riscos muito antes do boom de IA”, afirma Astrachan. “Já usamos ferramentas de IA e machine learning para anteder nosso clientes desde o início das nossas operações [em 2014]”, acrescenta.

Conforme o executivo, com as novas tecnologias associadas a IA “estamos dobrando a aposta [na tecnologia] e investindo para termos soluções e modelos de subscrição ainda mais sofisticados”. De acordo com o especialista, o uso das ferramentas de aprendizado de máquina, análise de dados e IA tem tido “efeito substancial na redução de sinistralidade”.

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