As 10 maiores indenizações de seguros

O setor de seguros sofreu alguns dos impactos financeiros mais significativos da história, principalmente na esteira de desastres naturais e eventos catastróficos sem precedentes. De furacões e terremotos a tempestades sem precedentes, esses incidentes resultaram em indenizações surpreendentes que não apenas refletem a devastação causada, mas também destacam o cenário em evolução do gerenciamento e da cobertura de riscos.

Como a mudança climática continua a influenciar os padrões climáticos e a aumentar a frequência de eventos extremos, a compreensão desses pagamentos monumentais de seguro oferece informações valiosas sobre os desafios e as oportunidades do setor. Neste artigo, exploramos 10 das maiores indenizações de seguro já registradas, as corretoras mais afetadas e as lições aprendidas com cada evento.

P.S.: Nesta lista, estão apenas as indenizações de seguros tradicionais, e não os resgates subsidiados por governos nacionais. Embora não seja um pedido de indenização de seguro tradicional, o socorro do governo dos EUA à AIG durante a crise financeira de 2008, totalizando US$ 81 bilhões, foi efetivamente um enorme pagamento de seguro. No entanto, para os fins deste artigo, incluímos apenas sinistros e pagamentos feitos por meio de seguradoras. Confira!

10. Tempestade Kyrill

Ano: 2007
Pagamento total: US$ 10 bilhões
Corretora mais afetada: Munich Re, que enfrentou indenizações somando aproximadamente US$ 1,5 bilhão

Em janeiro de 2007, a tempestade Kyrill varreu o norte da Europa, causando danos generalizados na Alemanha, no Reino Unido, na Holanda e em vários outros países. Esse ciclone extratropical trouxe ventos com força de furacão, causando danos significativos a propriedades, interrupção de infraestrutura e várias mortes. O setor de seguros teve que arcar com pagamentos de aproximadamente US$ 10 bilhões, o que o tornou uma das tempestades de vento europeias mais caras já registradas.

A tempestade Kyrill varreu a Europa no início de 2007, devastando ecossistemas e assentamentos

9. Inundações na Tailândia

Ano: 2011
Pagamento total: US$ 12 bilhões
Corretora mais afetada: Thai Reinsurance Public Company Ltd.

As fortes chuvas de monções causaram inundações generalizadas na Tailândia, afetando milhões de pessoas e interrompendo as cadeias de suprimentos globais. O pagamento do seguro cobriu danos à propriedade, interrupção de negócios e perdas industriais. Esse evento destacou a interconectividade dos riscos globais e a importância do seguro da cadeia de suprimentos.

Em 2011, 65 das 76 províncias da Tailândia foram declaradas “zonas de desastre de inundação”

8. Furacão Maria

Ano: 2017
Pagamento total: US$ 18 bilhões
Corretora mais afetada: Triple-S Management Corporation, a maior seguradora de Porto Rico

Esse furacão de categoria 5 devastou Porto Rico e outras ilhas do Caribe. O pagamento do seguro cobriu danos extensos à propriedade, interrupção de negócios e perdas de infraestrutura. O impacto do Maria ressaltou os desafios do seguro contra eventos climáticos extremos em regiões vulneráveis.

O furacão Maria devastou Porto Rico e muitas outras ilhas do Mar do Caribe

7. Furacão Harvey

Ano: 2017
Pagamento total: US$ 19 bilhões
Corretora mais afetada: State Farm Insurance, com pagamentos estimados em US$ 1,9 bilhão

Esse furacão de categoria 4 causou inundações catastróficas no Texas, principalmente na área metropolitana de Houston. O pagamento maciço cobriu danos causados por enchentes em residências e empresas, bem como perdas de veículos. O Harvey enfatizou a necessidade de uma melhor cobertura de seguro contra enchentes em áreas vulneráveis.

Em 2017, o furacão Harvey atingiu os EUA, causando o maior estrago no Texas

6. Derramamento de óleo na Deepwater Horizon

Ano: 2010
Pagamento total: US$ 20,8 bilhões
Corretora mais afetada: Lloyd’s of London, que enfrentou indenizações somando aproximadamente US$ 1,3 bilhão

O maior derramamento de óleo marinho da história levou a pagamentos significativos de seguro. As reclamações cobriram danos ambientais, interrupção de negócios e custos de limpeza. Esse evento reformulou o seguro marítimo e de energia, enfatizando a importância de uma cobertura robusta de responsabilidade ambiental.

O derramamento de petróleo da Deepwater Horizon foi o maior já visto, antes e depois | Crédito: Green Fire Productions

5. Incêndios florestais na Califórnia

Ano: 2017-2018
Pagamento total: US$ 24 bilhões
Corretora mais afetada: State Farm Insurance, com pagamentos estimados em US$ 1,9 bilhão somente para o incêndio de 2018 em Camp Fire

Uma série de incêndios florestais devastadores na Califórnia resultou em pagamentos maciços de seguros ao longo de dois anos. Os pedidos de sinistros cobriram danos à propriedade, interrupção de negócios e custos de evacuação. Esses eventos levaram a uma reavaliação do risco de incêndios florestais e dos preços de seguros em áreas propensas a incêndios.

Graças às mudanças climáticas, os incêndios florestais estão ocorrendo com uma frequência sem precedentes | Crédito: Getty

4. Furacão Sandy

Ano: 2012
Pagamento total: US$ 36 bilhões
Corretora mais afetada: AIG, que enfrentou indenizações de aproximadamente US$ 2 bilhões

Também conhecido como Superstorm Sandy, esse furacão causou danos catastróficos ao longo da costa leste dos Estados Unidos. O pagamento do seguro cobriu danos extensos à propriedade, interrupção de negócios e perdas com enchentes em vários estados.

O furacão Sandy atingiu Nova Jersey e a cidade de Nova York, uma das áreas mais populosas dos EUA

3. Terremoto e tsunami de Tohoku

Ano: 2011
Total de pagamentos: US$ 35 bilhões
Corretora mais afetada: Tokio Marine Holdings, que pagou cerca de US$ 2,4 bilhões em indenizações

Em 11 de março de 2011, o Japão sofreu um de seus desastres naturais mais catastróficos: um terremoto de magnitude 9,0 seguido de um poderoso tsunami que devastou as regiões costeiras. O desastre resultou em uma perda significativa de vidas — mais de 18.000 pessoas — e causou grandes danos à infraestrutura e às residências.

Os pagamentos de seguro chegaram a aproximadamente US$ 35 bilhões, cobrindo danos à propriedade, interrupções de negócios e perdas relacionadas ao desastre nuclear de Fukushima que se seguiu devido aos impactos do tsunami. Esse evento ressaltou a importância de estratégias robustas de preparação para desastres e mitigação de riscos no setor de seguros. Ele também provocou discussões globais sobre segurança nuclear e estruturas de resposta a desastres em regiões sismicamente ativas.

O terremoto de 2011 que atingiu o Japão causou um tsunami que, por sua vez, provocou um dos piores desastres nucleares que o mundo já viu, em Fukushima | Crédito: JAEA Imagebank

2. Ataques terroristas de 11 de setembro

Ano: 2001
Pagamento total: US$ 40 bilhões
Corretora mais afetada: Swiss Re, que enfrentou sinistros de aproximadamente US$ 2 bilhões

Os ataques de 11 de setembro ao World Trade Center e ao Pentágono marcaram um trágico ponto de virada na história e tiveram profundas implicações para o setor de seguros. Naquele fatídico dia de 2001, quase 3.000 vidas foram perdidas quando terroristas sequestraram aviões comerciais para realizar ataques coordenados.

Os pagamentos de seguro totalizaram aproximadamente US$ 40 bilhões, cobrindo danos extensos à propriedade, perdas por interrupção de negócios e reivindicações de seguro de vida para as famílias das vítimas. Esse evento sem precedentes reformulou a forma como as seguradoras avaliavam o risco relacionado ao terrorismo e levou a novas políticas para lidar com essas ameaças. As consequências foram um aumento significativo nos prêmios e mudanças nos termos de cobertura em todo o setor.

Ground Zero, após os ataques terroristas de 11 de setembro | Crédito: slagheap via Openverse

1. Furacão Katrina

Ano: 2005
Total de pagamentos: US$ 41 bilhões
Corretora mais afetada: State Farm Insurance, que pagou mais de US$ 3,8 bilhões em indenizações

O furacão Katrina, que atingiu o país em agosto de 2005, continua sendo o desastre natural mais caro da história dos Estados Unidos. Esse furacão de categoria 5 devastou a Costa do Golfo, especialmente Nova Orleans, onde os diques falharam e houve grandes inundações.

O furacão Katrina devastou vilas e cidades em todo o Golfo do México em 2007 | Crédito: News Muse

A tempestade causou uma destruição generalizada, desalojando centenas de milhares de pessoas e resultando em quase 1.800 mortes. As seguradoras enfrentaram um número esmagador de reclamações por danos à propriedade, interrupção de negócios e perda de vidas, o que levou a um pagamento impressionante de mais de US$ 41 bilhões.

Esse desastre não apenas destacou as vulnerabilidades da infraestrutura urbana, mas também provocou mudanças significativas nas práticas de seguro e na preparação para desastres em todo o país.

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