Por Rafael Cló*
“Viver mais” não é só uma pergunta que muitos de nós fazemos, é também uma preocupação prática de empresas como a nossa, cujo bem-estar do cliente é indissociável do negócio
Um tema que entrou na minha órbita quando começamos a pensar na Azos foi longevidade. Passei a buscar ativamente por artigos, podcasts, documentários e estudos a fim de ter um entendimento maior sobre o assunto. Não só por curiosidade, mas também pelo impacto da longevidade no produto que comercializamos. Uma pergunta importante para empresas de seguro atuando no mercado de vida é: o que é de fato relevante para a longevidade do indivíduo?
O seguro de vida é um produto em que os interesses dos clientes e o da empresa estão totalmente alinhados. É razoável pensar que todos nós queremos viver mais e melhor e é também do nosso interesse que nossos clientes tenham vidas cada vez mais longevas e saudáveis. Pois então, o que é de fato mais relevante para a longevidade?
O projeto “Zonas Azuis” (que até virou um um documentário na Netflix “Como Viver até os 100: Os Segredos das Zonas Azuis”), por exemplo, tem como objetivo descobrir os segredos da longevidade estudando os hábitos de vida das pessoas que vivem em áreas onde a concentração de centenários é muito maior que a média. Coincidentemente (ou não), as principais zonas azuis globais estão localizadas em ilhas, ou regiões litorâneas, sendo elas: Sardinha na Itália, Okinawa no Japão, Ikaria na Grécia e a península de Nicoya na Costa Rica.
Apesar das diferenças culturais entre esses lugares, algumas semelhanças nos seus hábitos e comportamentos são marcantes: (1) dietas com grande concentração de grãos e vegetais, (2) rotinas que incorporam atividades físicas de forma natural e desestruturada, como caminhadas; e (3) laços sociais fortes aliado ao apoio comunitário, que promove relacionamentos duradouros e próximos entre os indivíduos da comunidade. Simples demais? Talvez seja isso mesmo, mas de forma profunda e verdadeira, arraigada no cerne dessas comunidades.
Um livro sobre o tema que ganhou notoriedade recentemente foi o “Outlive: A arte e a ciência de viver mais e melhor”, do Peter Attia. Peter diz que se pudesse dar 3 conselhos sobre saúde eles seriam, “exercício, exercício, exercício”. Ele também menciona no livro a importância de uma boa alimentação, uma rotina de pelo menos 90 minutos semanais de atividade física, técnicas de sono e métodos para garantir uma boa saúde mental.
A pergunta que fica é: como conseguimos incorporar os aprendizados dessas pesquisas em um processo contínuo de estabelecimento de uma vida integrada? Conforme a tecnologia da saúde evolui, poderíamos alavancar informações não só para precificar melhor o seguro, mas também para ajudar nossos clientes a identificar oportunidades de melhoria? Talvez isso esteja mais próximo do que imaginamos.
“O tempo é o fogo no qual queimamos,” diria o poeta. É o nosso bem mais inflexível e precioso, a única coisa com a qual não devemos ser generosos. Desperdice dinheiro e você pode ganhá-lo de volta; desperdice tempo e ele se foi para sempre. E em um mundo onde as redes sociais, que prometiam a criação de uma comunidade mais integrada, cada vez mais nos divide, é válido relembrar que felicidade não é sobre um post na internet, mas é sobre como vivemos entre um post e outro.
Obs: a minha intenção com este artigo não é recomendar novos hábitos de vida ou alimentares, é apenas informar e provocar reflexão sobre o tema.
Rafael Cló, co-fundador e CEO da Azos
CEO e co-fundador da Azos, é formado em Engenharia de Produção na UFMG e MBA em Stanford. Atuou em consultoria representando a Falconi em projetos nacionais e internacionais e tocou a área de inteligência de vendas e de analytics na Kraft Heinz US, em Chicago, nos Estados Unidos.