Essa é a primeira postagem da nova coluna mensal Insurtech Vip Lounge exclusiva do Insurtech.com.br. Todo mês Hugues Bertin trará uma nova insurtech da América Latina para nossos leitores conhecerem.
A primeira vez que conheci Diego Fernández-Leon foi em 2017, em um evento de startup onde ele foi palestrante e falou sobre Insurtech. A partir daí, pouco a pouco fomos nos conhecendo e finalmente ele me convidou para co-criar, com outros 6 diretores, a Associação Insurtech do Chile: InsurteChile. Hoje, não é com o Presidente da InsurteChile que quero falar, mas com o CEO e Fundador da Simplee, uma grande insurtech chilena que vem ao México desenvolver cobertura para PMEs e Independentes: um próximo seguro na América Latina? Já veremos!
Começaremos conhecendo as origens da Simplee. Diego me conta que Simplee nasceu depois de sua aventura de trabalho de 9 anos no mundo dos seguros, após os quais decidiu abrir seu próprio negócio junto com seu amigo de infância e agora sócio, Álvaro López, pois viu uma grande oportunidade na indústria: ainda havia muito a ser feito.
Eles começaram em 2017 como uma corretora tradicional, sempre pensando na tecnologia como uma ferramenta que lhes permitiria escalar, mas finalmente em 2018, decidiram se tornar insurtech, tornando a tecnologia o coração do negócio da Simplee e um instrumento fundamental para ter condições de estar em ao serviço das PME.
Eles têm uma alta taxa de retenção de seus clientes, mais de 70% deles continuam com o Simplee após vários anos, em um mercado altamente competitivo. Isso é complementado pelo indicador NPS, onde eles descobriram que 90% de seus clientes os recomendariam, notável!
E, finalmente, desde que começaram, apenas 2 pessoas deixaram a organização, sendo o percentual de felicidade de 95%, o que foi essencial para alcançar o progresso que têm até agora.
Hoje, ele acredita que um marco a destacar é que são as primeiras insurtechs da América Latina a lançar um produto 100% digital para PMEs, sendo sua venda a confirmação de que estão no caminho certo. Seus produtos de destaque, segundo Diego, são: “Responsabilidade Civil”, que toda PME deve ter, porque é transversal e cobre um risco que, se acontecer, geralmente causa a falência da empresa e, seguro “Last Mile” para mercado de entrega e logística, sob medida que tem feito muito sucesso.
Digo a vocês que a maioria das insurtechs estão envolvidas em linhas pessoais e muito pouco em PMEs, startups e independentes. Nesse sentido, Diego me diz que no caso de Simplee isso tem muito a ver com sua história e com o que aprendeu. Sempre se interessou em apoiar os pequenos empreendedores porque entende o esforço de cada um deles para fazer avançar o seu negócio. Ele tem histórias muito próximas, tanto seu pai quanto seus irmãos são empreendedores e o abandono neste setor e também em outros é total.
“Podemos fazer muito mais e estamos trabalhando nisso” e ele concorda com Muhammad Yunus quando diz que o empreendedorismo é uma ferramenta para sair da pobreza e ele quer fazer parte dela. “Na Simplee esperamos que as pessoas que sonham em ter seu próprio negócio possam realizá-lo com a tranquilidade de que qualquer imponderável não destruirá seu negócio.”
Ele me explica que esse seguro é pouco desenvolvido na América Latina, principalmente devido às muitas casuísticas que existem associadas aos seus negócios. É preciso conhecer e entender o cliente e, por sua vez, é complexo ter um diagnóstico preciso do que ele realmente precisa. Entre os desafios que enfrentam está chegar às PMEs com uma proposta de valor customizada às suas necessidades e também encontrar os canais certos para cada uma, é aí que a tecnologia desempenha um papel fundamental nesse desenvolvimento, permitindo um maior alcance. Eles também devem fazê-los querer comprar seguro, em vez de querer vendê-lo, o que é complexo, mas eles estão progredindo, ele me diz.
Em uma de suas investigações, perceberam que tinham o seguinte problema: as PMEs não sabem quais são todos os riscos a que estão expostas e que precisam de cobertura, por isso criaram o diagnóstico de risco, que lhes permite compreender seus riscos e dar-lhes uma solução ajustada a eles. O produto foi construído pela sua equipa como uma ferramenta digital que permite a qualquer PME conhecer os seus riscos em 5 minutos, e foi feito internamente em colaboração com algumas seguradoras. O próximo passo é melhorá-lo para fornecer uma análise ainda mais precisa do que a atual.
Quanto à digitalização da distribuição, diz-me que é mais complexo para o segmento de seguros de PME, dado o nível de casuísticas que existem, por isso será um processo mais lento do que esperam ou do que gostariam. Ele me conta que elaborar uma proposta de valor customizada para cada tipo de PME é o grande desafio das insurtechs que atuam nesse mercado. O anterior é complementado pela construção de um ecossistema de distribuição por meio de APIs, que que permite chegar a mais PMEs com produtos criados para elas graças ao trabalho conjunto com patrocinadores.
Desde abril a Simplee está presente no México com a missão de repetir as boas práticas desenvolvidas no Chile. Ele me conta que há algum tempo sua equipe está procurando um novo desafio, um país maior, onde os empresários precisam de apoio contratando o seguro correto, e que no México a proposta de valor ainda é muito vaga, pelo que eles têm grande oportunidade tanto no mercado formal quanto informal das PMEs. Destaca-se também o crescimento mensal do México, que foi de 25%, o que os enche de energia para continuar aumentando sua participação naquele país.
Comparando os dois mercados, ele me diz que a diferença mais relevante que vê é a forma como os clientes compram seguros. Eles estão aprendendo como alcançá-los da maneira certa e continuarão a melhorar nisso. Seu foco é crescer em produtos customizados que cobrem riscos de negócios que ocorrem em um local físico no Chile e no México, eles se concentrarão no suporte à cobertura de saúde para PMEs. Em relação aos mercados, ele me conta que ano que vem estarão em vários países da América Latina e começarão nos EUA, fantástico!
Entre as coisas testadas nos últimos tempos estão garantias para startups, seguro de responsabilidade civil e transporte; e outros riscos que hoje não têm uma proposta de valor, para os quais estão trabalhando. Novidades estão por vir, fiquem atentos 😉
Como fechamento e mensagem, ele diz que da Simplee eles gostariam que as pessoas de todo o mundo tivessem a oportunidade de desenvolver seus talentos e realizar seus sonhos e isso, muitas vezes, é por meio de um empreendimento, então sua missão na sociedade é proteger e promover, através de seguros criados especialmente para PME, seguros que dêem a tranquilidade necessária para poder desenvolver-se e crescer.
Sobre o Autor:
Huges Bertin
Huges Bertin is CEO and founder of Digital Insurance LatAm, the first strategy consultant, specialized in innovation and digital transformation, with connection and expertise both in the insurance industry and in the world of digital innovation and Insurtech. After 20 years of experience in insurance companies, he started a journey as an entrepreneur with a purpose “Helping the LatAm insurance ecosystem to transform to the digital age leaning on the Insurtech ecosystem in a collaborative way.”
Additionally, he is the Insurtech Advisor of HCS Capital Partners, who developed a corporate venture capital program for insurance in LatAm. Also, I am a partner of Fintechile for the program Connect Insurance.
