O foco no crescimento entre os entregadores – tanto de bicicleta como de motocicleta – é justificado no fato de que, atualmente, essa talvez seja a categoria de trabalhadores mais desprotegida do País
Imagine ser um entregador de aplicativo ou qualquer outro tipo de autônomo/MEI e poder contar com um seguro contra sinistros de trânsito (não é mais acidente que se diz. Entenda a razão) e acidentes de forma geral no trabalho, por exemplo. Não precisar depender do serviço de saúde pública, podendo ser atendido na rede privada, pagando apenas R$ 29,90 por mês para uma cobertura de até R$ 30 mil com gastos médicos ou afastamentos. Pois bem, essa é a proposta do aplicativo de seguros IZA, uma insurtech que tem uma meta ousada: se transformar no Nubank do setor de seguros.
Para quem não sabe, insurtech são startups focadas no cliente das seguradoras, que desenvolvem sistemas digitais para tentar simplificar todo o processo burocrático durante a contratação de um seguro. E esse é o foco do IZA, com a diferença que a empresa quer crescer no delivery, oferecendo um modelo de seguro intermitente, no qual o segurado possui cobertura durante uma entrega específica ou por dia de trabalho (independente da quantidade de entregas). “De fato, queremos ser o Nubank do setor de seguros. O Brasil tem 50 milhões de autônomos e a grande dor dessas pessoas é se machucar e ter que ir para o SUS. Temem ser mal atendidas e não poderem continuar trabalhando, sem direito a uma licença remunerada, por exemplo. É onde nós entramos. Somos uma seguradora 100% digital, voltada para esse profissional. Fizemos um produto simples, que paga o sinistro rapidamente, tudo pelo aplicativo, sem dificuldade”, explica Gabriel de Ségur, CEO da IZA Seguradora.
Os entregadores têm direito a uma apólice no valor de R$ 30 mil, para utilizar entre quatro coberturas em caso de acidentes: atendimento médico, hospitalar e odontológico; incapacidade temporária; invalidez permanente; e morte), além de R$ 5 mil extras para a assistência funeral. O valor é usado como uma poupança, na qual o segurado tem autonomia para utilizar a proteção financeira de acordo com a necessidade do seu sinistro. “Funciona de forma simples. Digamos que ele quebre um braço se deslocando numa entrega. Ele vai para um hospital privado e faz todo o atendimento necessário. Imagine que gaste R$ 5 mil nos procedimentos. Ele ainda terá R$ 25 mil para gastar naquele mês para garantir sua sobrevivência nos dez ou 15 dias que ficará sem trabalhar, por exemplo”, diz Gabriel de Ségur.
Em caso de ocorrência de sinistros, toda a comunicação é feita pelo aplicativo, sem a necessidade de intermediação com corretores de seguros ou com a empresa de delivery – garante a IZA. Isso é possível através do investimento em tecnologia de ponta e integração via API (Application Program Interface) com aplicativos terceiros, que permite a troca de arquivos automática entre a empresa contratante e a seguradora.
“De fato, queremos ser o Nubank do setor de seguros. O Brasil tem 50 milhões de autônomos e a grande dor dessas pessoas é se machucar e ter que ir para o SUS. Temem ser mal atendidas e não poderem continuar trabalhando, sem direito a uma licença remunerada, por exemplo. É onde nós entramos. Somos uma seguradora 100% digital, voltada para esse profissional. Fizemos um produto simples, que paga o sinistro rapidamente, tudo pelo aplicativo, sem dificuldade”
O foco no crescimento entre os entregadores – tanto de bicicleta como de motocicleta – é justificado no fato de que, atualmente, essa talvez seja a categoria de trabalhadores mais desprotegida do País. Diariamente e constantemente exposta aos sinistros de trânsito e vulnerável às consequências limitantes associadas a esses eventos. Foi exatamente o aumento de atropelamentos e colisões envolvendo entregadores que despertou o interesse do app e de algumas das empresas que lidam com esses trabalhadores. E não é para menos. Dados do Instituto de Pesquisa Econômico Aplicada (Ipea) apontam que, enquanto o País tem 1,4 milhão de pessoas trabalhando no setor de transporte de passageiros e entregas, a cada 100 mil habitantes, 22 morrem no trânsito do Brasil. E os registros com motociclistas representam mais de um terço desses óbitos. Estima-se, inclusive, uma morte a cada 100 motocicletas, anualmente. E é o mesmo Ipea que coloca o País na quinta posição entre as nações com mais vítimas de trânsito, atrás da Índia, China, Estados Unidos e Rússia.
As mudanças no mercado de trabalho, segundo o app IZA, ajudam a explicar esse dado. Com o aumento no número de trabalhadores informais e redução na renda, utilizar os aplicativos para ter uma remuneração virou opção. Que pode ser perigosa, é importante destacar. Sem benefícios garantidos pelo trabalho formal, como seguro-desemprego e contribuições previdenciárias pagas pelo empregador, esses profissionais se expõem a rotinas exaustivas e perigosas. Iniciativas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal tentam reparar esses problemas com Projetos de Lei (391/2020 e 358/2021) que obrigam as empresas que prestam serviço de delivery por aplicativo a fornecer seguro de vida a esses profissionais. Mas que têm avançado pouco no Congresso Nacional. Por isso, o seguro IZA pode ser uma boa opção.
Parceiros
Quem adotou o seguro IZA é só elogios. “Nos aderimos porque acreditamos no que fazemos e prezamos pela qualidade de vida de quem trabalha com a gente. Não buscamos apenas o resultado. Nos preocupamos com a forma e a qualidade do que fazemos. O mundo atual exige essa postura. É preciso ter ética, responsabilidade social e ambiental. Trabalhamos com motos e bicicletas elétricas e a maioria dos nossos colaboradores são CLT. Por isso aderimos ao seguro”, afirma Leonardo Lorentz, fundador e gestor da Carbono Zero, empresa sustentável de entregas de São Paulo. Sim, e pelo menos por enquanto, as megas do setor de delivery, como Ifood, Rappy e Uber Eats, ainda não aderiram ao IZA. Mas estariam paquerando a proposta de adesão.