lnsurtech já oferece apólices nas modalidades residencial, imobiliário e presta mista
Por Sérgio Tauhata para o Valor
A insurtech 180 Seguros busca aumentar sua carteira por meio de parcerias com o varejo em 2024 e recebeu um aporte da Quartz, fundo de investimento com experiência no setor. A empresa não revela o valor do aporte, mas já captou mais de R$ 220 milhões em várias rodadas desde 2020.
Com a consultoria da Quartz, a seguradora está lançando novos produtos voltados ao canal de varejo, como garantia estendida, seguro proteção contra acidentes pessoais e o seguro carteira protegida, que oferece coberturas para transações financeiras em caso de perda, roubo ou furto. A 180 Seguros já oferece apólices nas modalidades residencial, imobiliário e prestamista.
Segundo o CEO e cofundador da insurtech, Mauro Levi D’Ancona, os produtos foram desenvolvidos para integrar-se de maneira fluida às jornadas de compra dos clientes tanto em lojas físicas como no e-commerce. “Construímos produtos customizados para a realidade de cada parceiro, tanto no varejo físico como no on-line, e o nosso time de especialistas em jornadas de venda consegue desenhar jornadas que chegam a 80% de conversão”, afirma.
A seguradora usa a tecnologia para oferecer ainda uma ferramenta de precificação dinâmica, que permite a oferta de preços diferentes conforme o perfil do cliente ou loja e a execução de campanhas promocionais com preços diferenciados, como exemplo na Black Friday. De acordo com D’Ancona, a tecnologia oferece relatórios com métricas de desempenho em tempo real. ”Vemos muito espaço para crescer no varejo, que é o setor que mais vende seguros não financeiros. Muitas redes têm sua própria carteira digital e tem seguro para a wallet e Pix.”
O CEO da 180 explica que a oferta de seguros e serviços financeiros pelas varejistas tem se tornado uma maneira de adicionar receitas e impulsionar a rentabilidade do negócio. “Conversando com nossos investidores que são especialistas em varejo e com empresas do setor, percebemos que os varejistas queriam comercializar seguros, mas enfrentavam dificuldades operacionais muito grandes e precisavam de um ‘backoffice· muito robusto para corrigir problemas que deveriam ser resolvidos pelas seguradoras”, diz o executivo.
D’Ancona também cita a questão dos diversos tipos de canais. “Hoje um varejista grande tem cinco ou sete categorias [de seguros] e vende em canais diferentes, como loja de rua, on-line, omnichannel, e não tem o seguro com ferramentas para otimizar essa venda. Por exemplo, no garantia estendida, se um eletrodoméstico de uma marca for melhor do que outros, o seguro deveria custar menos. Ou, se o varejista quer fazer uma promoção com descontos, não consegue fazer hoje otimizando o preço do seguro. Por isso temos investido em soluções para endereçar essas questões.”
Além disso, de acordo com o CEO da 180, os varejistas reclamam de uma conversão muito baixa no canal on-line. “A 180 faz o mapeamento de diversos tipos de jornadas, como o seguro é vendido e feita a conversão. Temos um portal para o cliente ter as informações em tempo real e, assim, ter opções para melhorar a venda no on-line, como ter preço dinâmico, promoções, diferenciação de preços entre marcas e outras estratégias.”
Segundo o líder de crescimento de mercado da 180, Rafael Leite, “o varejista, por exemplo, não consegue identificar se uma regiço tem sinistralidade maior do que outra, então tem o mesmo preço para o país inteiro”. Com a plataforma da 180, esse tipo de informação fica disponível instantaneamente. “É como ter uma seguradora para cada cliente, onde se pode montar o que se quer vender, como um ‘Lego’ de coberturas e ferramentas”, acrescenta.
Escrito por Sérgio Tauhata para o Valor
