Líderes do Lloyd’s dizem que incidente na ponte de Baltimore mostrará o valor do seguro

John Neal, CEO do Lloyd’s

Em resposta ao recente colapso da ponte de Baltimore, os líderes do Lloyd’s, o renomado mercado de seguros e resseguros, expressaram otimismo quanto à capacidade do setor de demonstrar o valor do seguro.

Ao se dirigir à imprensa o CEO do Lloyd’s, John Neal, ressaltou a importância do evento como uma oportunidade para o setor de seguros demonstrar seu papel fundamental.

As estimativas atuais indicam que as possíveis perdas seguradas ultrapassam US$ 2 bilhões, superando o recorde estabelecido pelas perdas de seguro marítimo em 2012 com o naufrágio do Costa Concordia.

Neal garantiu aos ouvintes que o navio, a ponte e a autoridade portuária envolvidos no incidente estão todos segurados, destacando a proteção inerente fornecida pela cobertura de seguro.

Bruce Carnegie-Brown, presidente do Lloyd’s of London, também disse aos jornalistas que o pagamento do colapso da ponte de Baltimore e o rescaldo podem ser “a maior perda marítima segurada de todos os tempos”.

Brune Carnegie-Brown, presidente do Lloyd’s

Os especialistas preveem que as perdas seguradas do desastre atingiriam uma soma na faixa de um dígito de bilhão após a colisão de um enorme navio de carga com a ponte Francis Scott Key no fim de março.

“Estamos começando a mobilizar recursos na expectativa de que esse seja um sinistro muito substancial para o setor. E, para o mercado do Lloyd’s, levará algum tempo para que a complexidade da situação seja desvendada”, disse Carnegie-Brown.

O setor de seguros está pronto para ajudar, diz Neal

Embora reconheça a possibilidade de debates em torno da sub-rogação — determinação de culpa e responsabilidade por perdas, Neal expressou confiança na capacidade do setor de navegar internamente por essas complexidades.

“A boa notícia é que estamos falando de uma perda segurada”, disse Neal. “Podemos mostrar o valor do seguro em uma perda complexa e cara, porque cada elemento desse sinistro será tratado pela seguradora… Acho que isso é positivo. Acho que podemos demonstrar o valor do seguro por meio desse tipo de perda.”

Do ponto de vista do Lloyd’s, Neal observou que o mercado está preparado para lidar com custos decorrentes de riscos individuais significativos ou perdas por catástrofes naturais, indicando que o colapso da ponte de Baltimore está dentro dos parâmetros esperados para o mercado.

A complexidade do incidente sugere que um entendimento abrangente levará tempo para surgir.

Neal acrescentou: “Quando estamos tentando inovar e pensar em novos produtos, temos aqui outro tipo de perda que afeta a cadeia de suprimentos. Vimos o mesmo com a invasão russa na Ucrânia… Se voltarmos às enchentes na Tailândia em 2011, veremos o mesmo problema.”

De acordo com os relatórios, prevê-se que as resseguradoras suportarão o peso da perda total segurada pelo colapso da ponte de Baltimore, refletindo a resposta coletiva do setor para gerenciar e absorver eventos tão significativos.

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