O ecossistema de Insurtechs da América Latina encerra 2024 com mais de 500 insurtech, mesmo em um cenário desafiador

• O investimento anual no ecossistema caiu 38% em comparação com 2023, totalizando US$ 92 milhões. No entanto, no segundo semestre de 2024, houve um aumento de 156% em relação ao primeiro semestre, o que aponta um contexto positivo para 2025.
• O número de startups na região chega a 502, o que representa um crescimento anual de 5%, com uma média de 12% desde 2021. A taxa de mortalidade foi de 9,4%, e o crescimento orgânico é de 15%, o que significa que 70 novas insurtechs surgiram durante o ano.
• A expansão internacional cresceu 23%, com uma taxa de internacionalização de 15,9%, liderada pelos ecossistemas do Chile (+32%) e Peru (+50%) devido à necessidade de escalabilidade. A taxa de atração de insurtechs estrangeiras é de 29%.
• 51% do ecossistema de insurtechs está dedicado à distribuição digital; 49% são habilitadores e colaboram com (re)seguradoras e intermediários.

Fundo de Insurtechs na América Latina em 2024 alcança 92 milhões de dólares, 38% a menos que em 2023.
No entanto, no segundo semestre, houve uma recuperação de 156% em comparação com o primeiro semestre de 2024, o que denota perspectivas positivas para 2025 e o interesse dos investidores na região.
Apesar desse contexto de baixo investimento no computo anual de investimentos de capital de risco, o número total de startups no ecossistema de insurtechs na região é de 502, o que traduz um crescimento de 5% em 2024. Considerando que a taxa de mortalidade foi de 9,4%, o crescimento orgânico é de +15% ao ano, com 70 novas insurtechs surgindo.

Essas são algumas das principais conclusões do relatório “Latam Insurtech Journey”, elaborado pela Digital Insurance LATAM com o patrocínio da MAPFRE. Esta é a nona edição deste documento que analisa o estado da indústria de insurtechs na América Latina.

O ecossistema continua crescendo, apesar da falta de investimento
Se detalharmos o número total de startups na região, o Brasil (206), México (120) e Argentina (88) são os territórios com o maior número de agentes, e a área do Pacífico é a que apresenta maior crescimento percentual, com destaque para o Peru (+26%), Chile e Equador (+21% cada) e Colômbia (+18%).
Em 2024, a expansão internacional cresceu 23%, com uma taxa de internacionalização total de 15,9%, ou seja, startups multi-latinas operando em mais de um país. Peru (50%) e Chile (32%) são os principais responsáveis pelo aumento na taxa de expansão, dada a necessidade de escalar os negócios. O Brasil, por sua vez, exporta muito poucas insurtechs (<1%) devido à natureza do seu mercado.
A taxa de atração de insurtechs estrangeiras é de 29%, o que significa que três em cada dez insurtechs no mesmo mercado são estrangeiras. Os três principais polos de atração são México (36%), Peru (64%) e Colômbia (51%).
Peru (6,4%), Equador (51%) e Colômbia (48%) são os países latino-americanos que mais atraem insurtechs estrangeiras.
Hugues Bertín, CEO da Digital Insurance LatAm e presidente da AIP (Aliança Pan-Americana de Insurtechs), afirmou: “O fato de ambos os índices [internacionalização e atração] continuarem a crescer marca duas tendências: insurtechs com uma boa proposta de valor se movem rapidamente, e aquelas que estão ‘fora da Latam’, como as multinacionais, consideram a América Latina como um único grande mercado.”

Mortalidade das startups de insurtechs continua a diminuir
A taxa de mortalidade anual do ecossistema é de 9,4% (vs 12,7% em 2023).
Startups de insurtechs que não conseguem escalar para outros países estão em uma situação vulnerável. A taxa de mortalidade de startups multi-latinas é três vezes menor do que a de insurtechs locais.
Em 2024, o Brasil conseguiu melhorar sua taxa de mortalidade, reduzindo-a de 12% para 7%. O México, por sua vez, tem a maior taxa de mortalidade, com 12%. Argentina e Colômbia mostraram melhorias, com taxas de mortalidade de 9% e 8%, respectivamente, no último ano.

Habilitadores e distribuidores se equilibram
51% das insurtechs estão focadas em distribuição. Esse número representa uma queda de 8% em relação a 2020; embora ainda seja a área predominante, o interesse do ecossistema está se voltando para outros modelos de negócios, equilibrando a balança.


A maioria das empresas de distribuição de insurtechs foca em linhas de seguros pessoais de automóvel e residencial com modelos de corretor ou MGA: a soma desses dois modelos chega a 39%. Neo-seguradoras representam 9% de toda a distribuição e se destacam principalmente no México e Brasil.


Em relação aos habilitadores, observamos um crescimento de 8 pontos percentuais nos últimos quatro anos, posicionando esses modelos de negócios em 49% do total dentro do ecossistema de insurtechs da América Latina.
Vale destacar que 16% deles oferecem soluções para digitalizar a intermediação tradicional. Também é importante destacar aqueles que oferecem soluções para gestão de sinistros (14%) e detecção de fraudes (5%).

Declarações:
Hugues Bertin, CEO e fundador da Digital Insurance Latam, comenta: “Este ano foi um ano de resiliência e aprendizado. Observa-se uma forte correlação entre o crescimento no número de insurtechs em um país, sua internacionalização e a presença de parcerias sólidas e colaborativas com o setor tradicional. Em outras palavras, em um contexto de falta de fundos, as empresas se tornam mais robustas, os vínculos de cooperação com o setor tradicional se intensificam e os processos de internacionalização se aceleram. Aqui, as parcerias desempenham um papel fundamental no desenvolvimento do ecossistema.”


Carlos Cendra, Scouting & Investment Lead da MAPFRE Open Innovation, diz: “O aumento no fundo no segundo semestre de 2024, juntamente com o crescimento contínuo no número de startups, mostra a força do ecossistema e da região, que está firmemente convencida do potencial da indústria de seguros. Começamos 2025 com novos anúncios de rodadas de financiamento, como os da Sami e Olé Life, então tudo parece indicar que em 2025 veremos uma tendência positiva nos números, embora devamos ficar atentos à situação global de venture capital e como possíveis flutuações podem afetar a América Latina.”

ARTIGOS SIMILARES

Advertisment

redes sociais

POPULARES