Susep autoriza Iza a atuar como seguradora independente

Escrito por Juliana Schincariol para o Valor Econômico

Insurtech, que tem foco em entregadores de empresas de delivery, motoristas de aplicativo e passageiros, fazia parte do sandbox regulatório

A insurtech Iza recebeu autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para deixar o “sandbox” regulatório e começar a operar como uma seguradora independente.

Em duas edições do sandbox, a autoridade do mercado de seguros selecionou 32 projetos, que terão até três anos para atuar com menor custo regulatório e flexibilidade para inovar. Duas participantes do programa obtiveram a licença definitiva: Pier e Darwin. A Split é outra que pretende seguir o mesmo caminho.

A Iza foi aprovada em 2020 para a primeira edição do sandbox, criado para introduzir novos concorrentes no mercado, e começou a operar em abril de 2021. O foco inicial foram os entregadores das empresas de delivery, dentro de um universo de 45 milhões de trabalhadores autônomos no Brasil que não possuem seguro. As contratações aceleraram depois que se tornou obrigatório que essas companhias ofereçam cobertura aos prestadores de serviços ou funcionários, em janeiro, com a edição da lei 1.665.

“Trabalhamos com o mesmo produto de acidentes pessoais aprovado pela Susep e alcançamos mais de 500 mil CPFs”, diz o fundador da empresa, Gabriel de Ségur. O produto da companhia reúne quatro coberturas tradicionais em uma: despesas médicas e odontológicas, diárias de incapacidade temporária e permanente, morte por acidente e assistência funeral.

Em vez de o usuário realizar o pagamento das despesas e solicitar o reembolso, a própria seguradora se encarrega das despesas hospitalares, quando necessário, reduzindo a possibilidade de fraudes.

A seguradora trabalha com a proteção no formato “liga e desliga” ou intermitente, ou seja, por um dia, por algumas horas, durante uma entrega ou prestação de serviços.

Além dos entregadores, a insurtech ampliou sua oferta de seguros para motoristas autônomos e seus passageiros. Também fez parceria com a plataforma de serviços domésticos Mary Help, que conecta profissionais de limpeza, lavanderia, passadeira, entre outros, a clientes.

No primeiro ano de operação, a receita da Iza foi de R$ 78 mil, passando para R$ 1,7 milhão no segundo e R$ 6 milhões no terceiro. Para 2024, a expectativa é triplicar esse valor.

“Nossos investidores originais estão animados com a saída do sandbox e temos tidos conversas interessantes com fundos locais e internacionais para investimentos significativos”, diz Ségur, sem detalhar. Até o momento, a empresa tem investidores anjos não oriundos da indústria de seguros.

Desde que o ambiente experimental foi criado, o cenário econômico mudou, assim como o apetite dos fundos de private equity e venture capital, potenciais investidores das insurtechs. A Susep pretende lançar uma terceira edição do programa, e envolver no projeto entidades fomentadoras de crédito, como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O objetivo é levantar recursos para os participantes ou empresas que desenvolvem tecnologia para as insurtechs. Ainda não há definição de data.

Escrito por Juliana Schincariol para o Valor Econômico

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